Vinho novo, odres velhos

02/01/2019

“Ninguém põe remendo de pano novo em veste velha; porque o remendo tira parte da veste, e fica maior a rotura. Nem se põe vinho novo em odres velhos; do contrário, rompem-se os odres, derrama-se o vinho e os odres se perdem. Mas, põe-se vinho novo em odres novos, e ambos se conservam.” (Mateus 9: 16–17)
Ano novo, graças a Deus; porém, quando todos achavam que tudo seria novo de fato na política, eis que surge a bomba.
A celeuma do dia foi a afirmação de que o PSL irá apoiar a reeleição de Rodrigo Maia (MDB) à presidência da Câmara. Isso à revelia de quem elegeu nomes novos para a casa e esperava uma renovação na cadeira presidencial do congresso.
Vale lembrar que, entre as várias atribuições, está a de substituir o Presidente da República, nos termos do art. 80 da Constituição, e integrar o Conselho da República e o Conselho de Defesa Nacional.
Na ausência do Presidente, as sessões do Plenário são presididas, sucessivamente, pelos Vice-Presidentes, Secretários e Suplentes ou, finalmente, pelo deputado mais idoso, entre os de maior número de legislaturas.
Isto posto, vamos “puxar a capivara” de Maia:
“Quando Maia foi reeleito, seu nome já aparecia em citações de delatores da Odebrecht. Agora, uma semana após se confirmar no comando da Câmara, o deputado do DEM voltou a ser mencionado no âmbito da Lava Jato, desta vez com suspeitas de ligação com outra empreiteira, a OAS. As duas empresas são acusadas de integrar o cartel que fraudava licitações da Petrobras e por pagar propinas a políticos.” (FONTE:https://www.nexojornal.com.br/expresso/2017/02/09/O-que-h%C3%A1-na-Lava-Jato-contra-Rodrigo-Maia-presidente-da-C%C3%A2mara)
“Para a Polícia Federal, não restam dúvidas da atuação clara, constante e direta de Rodrigo Maia na defesa dos interesses da empreiteira OAS no Congresso Nacional. Segundo o inquérito, já entregue ao Supremo Tribunal Federal, o atual presidente da Câmara dos Deputados chegou a atuar como uma espécie de representante da empresa na Câmara.”
(FONTE: http://g1.globo.com/bom-dia-brasil/noticia/2017/02/rodrigo-maia-e-acusado-de-corrupcao-e-lavagem-de-dinheiro-pela-pf.html)
“Ainda segundo a Polícia Federal, Maia prestou “favores políticos” e defendeu interesses da OAS no Parlamento em 2013 e em 2014. A ajuda consistia por exemplo, segundo a PF, em apresentação de emenda a medida provisória que fixava regras para a aviação regional, dispositivo de texto elaborado sob encomenda para beneficiar a construtora.” (FONTE:https://congressoemfoco.uol.com.br/especial/noticias/policia-federal-conclui-inquerito-sobre-rodrigo-maia-e-aponta-indicios-de-corrupcao/)
“Em 2010, Rodrigo Maia pediu um novo repasse, desta vez para a campanha de Cesar Maia. A Odebrecht, novamente, atendeu o pedido e liberou 600.000 reais. Desse valor, 400.000 reais saíram do departamento de propinas. No sistema Drousys, que registrava secretamente os subornos pagos pela empreiteira, aparecia como destinatário do dinheiro o nome de um assessor de Rodrigo Maia que, de acordo com os investigadores, atuou como intermediário das operações.”
(FONTE: https://veja.abril.com.br/politica/rodrigo-maia-sera-investigado-por-corrupcao-e-lavagem-de-dinheiro/)
Acho engraçado que, nas eleições, os candidatos do partido utilizavam o mesmo script: “Somos contra a velha política. Elejam nomes novos!”. Assim o fizemos.
Mas, em uma situação como essa, em que um parlamentar tão sujo se apresenta para ocupar novamente a presidência da casa, os mesmíssimos eleitos fazem vista grossa.
E outro fato curioso: todos estão contra a reeleição de Renan Calheiros ao Senado, mas os mesmos estão a favor da reeleição de Maia. Qual a diferença entre os dois?
Deixo essa reflexão ao presidente do partido, Luciano Bivar, aos demais membros e principalmente aos eleitores que esperavam um nome novo para ocupar a cadeira.
E um aviso: estes mesmos que estão apoiando “Botafogo”, serão demitidos nas próximas eleições.

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